Vou ver com o meu marido.
Era um dia nublado e agradável na cidade de Limeira, uma
cidadezinha pequena que se acha o centro do estado, mas é uma boa cidade. Não é
a mais perfeita cidade pequena mas é um lugar com seus valores normais de toda
cidade tanto grande como pequena deste pais interessante, pois não posso dizer
maravilhoso pois nenhum pais é perfeito, nem o Canada.
Nesta cidade encontramos Marina, ela é uma mulher com os
seus 25 anos a flor da pele, acabou de terminar a faculdade de engenharia de
produção, cinco longos anos de trabalho duro e muitos neurônios queimados.
Marina está voltando para Limeira por causa de seu namorado, ele pediu muito que
depois de terminar a faculdade voltasse com ele para sua cidade natal que é a
dela também, não era o que ela queria mas estavam perdidamente apaixonados e
ela não queria deixar ele triste, pois ele foi um bom namorado cuidando dela
todos esses anos.
O namorado de Marina praticamente era o faz tudo dela, ele
que escolheu o apartamento aonde eles ficaram durante a faculdade, os moveis e
todos os equipamentos que eles usaram na casa como eletrodomésticos, sofá e
toda a decoração da casa. Os alimentos que ele escolheu, sempre coisas bem saudáveis,
nunca refrigerantes, o precioso bacon e nada de carboidratos, ele sempre
defendia que ela deveria sempre ficar com o corpo em forma, nenhuma gordura a
mais e fazia ela ir na academia duas vezes por semana.
Além de suas roupas, ele também controlava se ela iria sair
com as amigas da faculdade, nunca podia falar ou apenas se relacionar em grupos
de estudo com garotos de maneira alguma, o namorado ficava furioso e batia na
parede com força enquanto gritava com ela tarde da noite. Marina praticamente
era um objeto de seu namorado, mas ela não se importava com isso, veio de uma
família que desde de criança a ensinavam as brincadeiras de ajudar o garoto. As
piadinhas dos familiares de que ela teria que ser medica ou professora a
sufocaram desde a adolescência, Marina não podia sair de casa nunca a não ser
que estivesse com o seus pais, isto já com os seus 18 anos, suas roupas se
resumiam a longas saias e blusas de gola grandes grossas, ela não podia de
maneira alguma mostrar o volume de seu corpo.
Assim um belo dia ela conheceu o seu namorado que lhe mudou
e deixou ela colocar roupas leves e que mostrassem o seu corpo. Logo a família
dela colocou a ideia do casamento, o que ambos não concordaram mas também não
descordaram. Marina queria fazer faculdade, engenharia de produção, os pais dela
não aprovaram a ideia pois falaram que mulheres não podem trabalhar dessa profissão,
ela se daria mais como secretaria ou até nem iria precisar trabalhar pois seu
futuro marido iria sustentá-la. Mas o namorado a apoiou na faculdade, o que
levou aos fatos narrados.
Voltamos para Limeira, quando chegaram foram recebidos com
abraços e beijos calorosos de seus familiares, o casal foi recebido com uma
grande festa e já começaram as fofocas do casamento e até de terem um filho,
fofocas de família.
Passado um tempo os dois já estavam devidamente instalados
em um hotel na cidade, enquanto a casa que o namorado estava construindo ainda
não estava pronta. Marina se junta com algumas amigas na casa de sua mãe, pois
é o único lugar que ela não deixa o namorado com raiva e o deixa mais
tranquilo, pois o mundo está muito perigoso para mulheres lindas como ela.
- Marina vamos fazer algo sexta, saio as cinco do trabalho a
Lu e a turma estão querendo ir no concerto que terá na hípica as sete, vamos?
Marina logo ficou tensa com essa pergunta, seria legal sair
com suas amigas do ensino médio, colocar o papo em dia, comer besteira e beber algo,
mas a ideia de sair para longe do seu namorado o atormentava, ele não poderia
ficar tranquilo enquanto a sua futura esposa estivesse em um lugar de noite com
muitas pessoas, ainda mais um lugar que com certeza teria outros homens.
- não sei miga, estou com muitas coisas para fazer ainda,
arrumar as caixas da casa nova e começar a escrever para as empresas.
Marina estava mentindo para si mesma, ela não tinha nada
para fazer além de chegar no hotel e ficar junto de seu namorado, ele que
estava cuidando de tudo da mudança, ele ficou a tarde inteira daquele dia em
volta de papeis e plantas da casa que estava quase pronta. E sobre o seu
trabalho ela não sabia como contar aquilo ainda para seus familiares e amigos,
seu namorado achou melhor ela não se arriscar muito em trabalhar em uma grande
empresa no sistema de produção, achou melhor ficar em casa arrumando as coisas
e quem sabe trabalhar de casa aonde ele pode cuidar dela melhor.
- há por favor Má, já faz muito tempo que a gente não se vê,
a gente tem que pelo menos ter um tempinho só da gente, só as garotas como nos velhos
tempos.
- eu sei.... Vou ver com o meu marido.
Enquanto voltava para casa treinou mentalmente todo o
discurso que iria dar ao seu marido ,mas mesmo assim enquanto entrava o lobby
do hotel começou a tremer pensando na reação que ele teria, se seria socos na
parede ou na costela dela como em uma vez na época da faculdade aonde ele a viu
rindo com um cara que estava passando pela rua, quando ela entrou no
apartamento ele veio e deu um soco bem forte na sua costela que a fez voar pela
sala, ele a deixou ali até ela se levantar e depois transaram no sofá do
apartamento.
Sexo era uma palavra chave para o seu namorado, tinha que
ser a qualquer momento e quando ele quisesse, enquanto tomavam banho, de
madrugada ou até quando ela chegava cansada das aulas. Eles transavam todos os
dias, ela não chama isso de sexo, está mais para “relaxar o namorado”, para ela
era normal todas as manhas enquanto estivesse lavando a louça ele chegar por
trás já com o pau para fora, abaixar a sua roupa e meter nela sem emoção alguma
durante cinco minutos e depois ir embora sem dizer nada, mais uma bela manhã.
Quando colocou a chave na porta e ouviu o barulho da
fechadura rangendo os metais da porta suas pernas ficaram bambas pelo que
poderia estar por vir, sua respiração ficou rápida e tudo a sua volta ficou quente,
parecia que o calor do Rio de Janeiro voltou para o seu corpo em alguns
segundos quando ela entrou e fechou a porta. Olhou em volta e não o viu, andou
pelo corredor se dirigindo para a sala e o encontrou sentado assistindo televisão,
estava olhando serio para a tela. Quando a viu esboçou um lindo sorriso em sua
direção.
- oi amor, como foi com suas amigas?
- foi bem, conversamos um pouco sobre como foi a minha época
na faculdade e como foi morar no rio.
- que bom, senta aqui comigo.
Ela se sentou ao seu lado, ficaram grudados juntos no sofá,
ele passou o seu braço pelo seu ombro e lá ficaram por alguns minutos enquanto
ficavam imóveis assistindo ao programa favorito dele. Ela nunca entendeu esse
programa, era algo sobre sobrevivência na floresta e pessoas peladas. Enquanto
assistia ao programa ficou sentindo o cheiro adocicado pelo desodorante que ele
amava a propaganda aonde mostrava um homem musculoso brilhante banhado de óleo
falando uma frase de como ele era Supermacho, dando a entender que quem comprasse
aquele desodorante iria se transformar em um verdadeiro homem.
- amor tenho uma pergunta para te fazer.
- claro pode fazer – disse o namorado.
- é que…. Bem a Fafá e as garotas…bem ela me…sabe não é tão
legal assim....
O namorado desliga o aparelho e fica de frente para Marina,
o que a deixa com mais medo ainda de terminar a frase, ela trava a sua boca e
não consegue mais terminar a frase, seu coração agora parece que vai sair pela
boca enquanto olha para ele que está com uma cara séria, parece que ele sabe o
que está tentando dizer.
- pode falar, o que você quer me perguntar?
- se quiser eu nem vou sabe, esquece não né tão importante assim.
- Marina, fala.
- tabom....
Ela segura a respiração ao máximo, inspira e exspira
enquanto está com os olhos fechados, os abre e solta as palavras ao vendo com
uma voz alta.
- as garotas me convidaram para ira a um concerto amanhã na
hípica as sete da noite, para jogar o papo em dia se divertir... posso ir?
Seu futuro noivo fitou seus olhos por alguns segundos, ele
não esboçou nenhuma reação com as palavras dela, ficou com a mesma cara, não
sabia se ele estava bravo ou pensando em como bater nela sem que ninguém
percebesse alguma marca em seu corpo.
- Marina, sabe que não posso deixar você ir, se isto fosse apenas
na casa de sua mãe e com somente as suas amigas eu deixaria de bom grado, mas
um concerto? não meu amor, não seria seguro para você.
- tudo bem...
- não vamos falar mais sobre isso.
E assim foi decidido , ele ligou a tela novamente, voltaram
a se abraçar e ficaram assistindo ao
programa de sobrevivência de pessoas peladas, enquanto ele ria das cenas sem
sentido algum , ela ficou observando aquelas mesmas cenas sem emoção alguma ,
olhando aqueles corpos se mexendo na mata como se fossem os únicos naquela
floresta toda, sem preocupações , sem medo de apanhar , sem medo de ter que
relaxar o marido todos os dias , sem crenças que a doutrinaram desde criança
para servir apenas a um proposito , somente um e nunca o dela. Uma lagrima
escorre de seu rosto sem emoção, aquela pequena gota é a única coisa que ela
pode fazer por ela mesma e nada mais.
Passaram algumas horas, anoitece na cidade de Limeira, as
lojas foram fechadas, funcionários foram para as suas casas dando um ar de
vazio nas ruas do centro da cidade que durante o dia são movimentadas, o que de
noite dão lugar para os jovens ricos que fumam escondidos dos pais e os
mendigos procurando algo no lixo da lanchonete mais próxima. No meio desta
noite enquanto Marina estava tomando banho, seu namorado estava indo para a
cozinha quando viu seu celular vibrando algumas vezes seguidas, pegou o celular
e olhou que mensagens eram. Logo percebeu que eram da amiga que Marina falou
sobre o concerto, a mulher que a convidou para saírem juntas.
‘Fala sério amiga, desculpe eu sei que o relacionamento é seu,
não tenho que entrar na sua vida assim do nada mas estou te achando estranha,
você ficou muito pior com esse cara”
“Ele te trata como um objeto aonde pode fazer o que quer,
ele manda em você, você não deve deixar ele fazer isso, isto não é um
relacionamento”
“Ele não passa de um babaca machista pra mim, desculpa mas
falei”
Marina estava terminando o seu banho quando escutou a porta
se abrir, não deu tempo de virar os olhos para ver o que era, quando viu o box
já estava aberto e uma cinta de couro estava vindo em direção ao seu rosto,
acertou em cheio, ela deu um grito abafado, não conseguia mais enxergar, um
filete de sangue escorria de sua testa. Logo mais golpes vieram das suas
costas. Parecia que o sinto quando em contato com a pele grudava com a sua pele,
quando puxado voltava com pele, água e sangue.
Caindo no chão aos gritos no chão enquanto a água escorria
pelo seu corpo ela não consegue enxergar nada, sentiu uma batida no seu peito,
sentiu seu mamilo explodir em uma dor profunda em seu corpo.
Não soube quanto tempo ficou ali naquele chão do banheiro.
Em algum momento ela parou de gritar, a dor continuava mas ela não tinha mais forças
para gritar, então ficou ali parada enquanto sentia o couro molhado batendo em
seu corpo. Em algum momento ele parou. Seu corpo era uma mistura de carne,
sangue e água. Ela sentiu sendo puxada para se levantar, colocou sua mão para
se apoiar no boxe e na parede. Não conseguia abrir os olhos. Sentiu algo
penetrando ela por trás em uma velocidade rápida, mais uma vez nenhum som saiu
da sua boca.
Esperou ele terminar depois de alguns minutos, ele esperou
seu membro amolecer dentro dela, tirou e a última coisa que escutou foi a porta
do banheiro se fechando. Ela ficou lá, agachada, não conseguindo se levantar e
nem se mexer por causa de tanta dor que percorria o seu corpo. Depois de
algumas horas Marina saiu do banheiro enrolada em uma toalha como se nada
tivesse acontecido. Passou pela sala, olhou para o seu namorado, tentou dar um
sorriso agradável enquanto seu lábio sangrava um pouco.
- quer que eu esquente a janta amor? ......
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