O entrevistador - epilogo









Quando perguntam sobre o que eu trabalho realmente, gosto de responder que sou um tipo de entrevistador, gosto de fazer perguntas as pessoas, descobrir como elas vivem, o que elas fazem e na maioria dos casos descobrir porque ela fez certas coisas. Com simples perguntas conseguimos descobrir grandes respostas  em palavras pequenas como quando pergunto a alguém , qual é o seu nome ? , são perguntas simples , chega de perguntas elaboradas de várias palavras que fazem para fazer o entrevistado responder uma coisa nada haver como  que perguntou, é sério, podem perceber nessas entrevistas de políticos , o jornalista faz uma pergunta bem extensa e longa com várias possibilidades de resposta , ele faz pensando que o político irá responder o que ele quer mas sempre isso não acontece, ele responde com um discurso ambíguo e sem sentido como se a pergunta do jornalista não fosse de muita importância, jogadores de futebol também são assim.
Há que sem educação a minha, desculpe não fomos apresentados ainda , desculpe me ver assim deitado na cama essa horas, pode me chamar de entrevistador, é como todos me chamam no meu trabalho, como já disse é um trabalho de entrevistar pessoas, pessoas como posso dizer , pessoas interessantes, pessoas que não estão ao alcance da maioria das pessoas atualmente , seres que muitos não acreditam que existem mas estão a todo o momento perto de nós , do nosso lado , andando pela rua ,pode ser  sua vizinha muito simpática que dá bom dia para você todos os dias.
Sabemos disso pois vivemos nesse mundo louco, um mundo aonde as barreiras da imaginação estão caindo com segredos sendo revelados todos os dias. Hoje em dia não conseguimos mais esconder certas revelações que o mundo liberta, todos com seus celulares e tecnologias de Drones   dificultam o nosso trabalho. Mas falaremos disso daqui a pouco, tenho que levantar agora não posso ficar o dia inteiro aqui deitado semi nu conversando com vocês sobre isso, tenho que tomar um banho já volto, há desculpe vocês não vão poder entrar no banheiro comigo podem ficar ai mesmo, privacidade nos seres humano temos que ter pelo menos nessa parte de nossas vidas.
“Living easy, living free”

“Season ticket on a one-way ride”

“Asking nothing, leave me be”

“Bom dia você ligou para mim o entrevistador, telefone usado apenas para o ramo do trabalho, então quer dizer que é trabalho? claro né, se não atendi a sua ligação mil perdoes devo estar comendo algo, transando ou simplesmente dormindo então diga o seu recado depois do bip….

- alo, aqui é o agente Blade, estou ligando para confirmar a sua presença na sede de integorratorio hoje à tarde, estamos tentando entrar em contato com você a dois dias, sei que é começo de ano mas precisamos que você volte ao trabalho, conseguimos pegar o garoto…. Só posso falar isso por telefone por segurança, estamos esperando o senhor daqui a 3 horas, até lá senhor.

Você ouviu isso? o cara me chamou de senhor, que audácia, mas tudo bem, ossos do oficio que temos que aturar, vamos nos vestir, acho que você ai não precisa de roupa não é, já está todo vestido, eu espero.... Bem você deve conhecer a roupa que deixa o homem mais lindo possível se não o deixa arrogante mas sim sexy, o fabuloso terno. Ternos são a roupa padrão de um homem moderno, por mais que no nosso pais quando veem um homem de terno já associam aos políticos corruptos e sem escrúpulos algum o terno é em outras localidades uma roupa sexy e poderosa.

Isso podemos ver na sua própria criação, um pedido do príncipe de Gales, focada mais no poderio militar, primeiro era apenas um jaquetão, estilo desses que os maconheiros usam nos filmes americanos, mas depois com o tempo foi mudando para o primeiro terno lindo já criado, o primeiro terno inglês. Mas não sou muito seguidor deste tipo de terno, os italianos são para mim os melhores já criados, perfeitos para um corpo atlético, se encaixam perfeitamente no corpo. Por isso vamos usar hoje um terno vermelho, um tom mais chegado ao vinho. Se isso é uma cor um pouco muito extravagando para o trabalho de hoje? talvez... mas nada do que já fiz durante esses anos trabalhando.

Uma camisa branca com um colete vermelho, calcas bem encaixadas nas pernas e um paletó de dois botões, magnifico como sempre. Obrigado Itália.

Vamos indo para mais um dia de trabalho, enquanto estou pegando a minha bolsa com os arquivos alguém bate a minha porta, uma batida não agradável se não se importem, parece que hoje em dia as pessoas não sabem mais bater a sua porta com educação, esmurram a madeira que foi pintada por algum pintor que deve ganhar muito mal para sustentar seus filhos. Ai vem essa pessoa e bate com uma forca que parece que está bêbado ou algo assim, praticamente todos que batem na porta nesses tempos modernos parecem que vieram para matar alguém.

Abro a porta e vejo um homem alto, branco e careca, uma careca bem lustrosa, daria para ver minha cara se pudesse, olhos pretos e uma cara que sempre parece que ele acabou de matar a sua sogra, uma felicidade e remorso ao mesmo tempo. Mas quando desço para suas vestes me decepciono como sempre. Um terno americano, os americanos com a sua mania de ganhar dinheiro de qualquer jeito inventaram essa roupa que mais parece uma toalha grossa para se vestirem, eles não tem classe, mas essa é uma tristeza que tenho que aguentar todos os dias olhando para o meu parceiro.

- bom dia senhor Blade, matou a sogra?
- engraçado senhor E. bem ela ainda está viva infelizmente, ouviu o meu recado?
- sim, era sobre o garoto...
- …do orfanato solidariedade sim, o achamos na madrugada de ontem no meio da floresta, todo cheio de sangue, conto os detalhes quando chegarmos a agencia.

Sujeito bom esse blade, não sei o nome verdadeiro dele pois essa é uma das regras do trabalho, todos nós temos um apelido de acordo com as nossas funções, é algo bem assustador no começo quando falamos alto na rua mas é algo que nos protege de forças mais poderosas que a humanidade
Entrando no elevador somos inundados pela forca de ar-condicionado e cheiro de perfume de uma mulher, perfume forte e doce que a cada inalada tenho vontade de vomitar pelo chão do elevador, mas não faço isso pois não quero estragar meus sapatos italianos importados. Olho para meu parceiro e ele está lá como sempre, pensativo, provavelmente irá falar algo, ele sempre faz isso, começa a olhar para o nada e de repente começa a falar sobre algo que está acontecendo em sua casa ou filosofa sobre o caso atual que estamos enfrentando.

- sabe, as vezes me pergunto se estamos destinados e ver, descobri certas coisas que os outros não veem.
- como assim nobre colega?
- ver o mundo em sua verdadeira face, descobrir que o tecido da realidade não passa de uma cortina que todos nós podemos passar para ver o que está escondido atrás- suspira – e ai um belo dia algo se liberta para nos mostrar que muitos estavam errados e outros certos.
- o mundo é um lugar maluco senhor, depois da queda do tecido vivemos um mundo aonde trancar a porta com chave ou gastar milhões em câmeras e cercas elétricas não funcionam mais, vivemos em guerra todos os dias, agora todos estão malucos depois dessa revelação.
- e quanto tempo para ficarmos loucos também?
-espero que demore bastante, pois somos os últimos pilares para o caos total parceiro.

A porta se abre com esta última frase, o que acho poético agora que vivemos nesse mundo aonde as regras criadas pelos nossos antepassados não valem mais de nada agora nesse novo mundo. A caminho do carro descubro que Blade veio novamente sem o seu carro, compreendo o porquê, ele adora andar no meu, quem não adoraria andar em um Alfa Romeo spider 74 em uma tarde pela cidade? com óculos escuro e uma linda mulher sentada ao seu lado de biquíni.

- eu amo esse carro senhor E – abrindo um longo sorriso – quando vai me deixar dirigir?
- quando eu estiver morto ou em demência senhor.

Entramos no carro, carro não, desculpe. Entramos na máquina de um nobre italiano nos anos setenta e fomos saindo pelo estacionamento enquanto outros moradores me davam bom dia e olhavam meu maravilhoso automóvel clássico, aproveito para ligar o rádio para usufruir cada momento dentro deste maravilhoso italiano.

Hold the line, love isn't always on time, oh oh oh

It's not in the words that you told me, girl

It's not in the way you say you're mine, ooh


It's not in the way that you came back to me


- la vamos nos senhor blade, vamos interrogar o Anticristo...........

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